Como será o amanhã


Certo poeta comparou a vida a uma gangorra. Ela sobe e desce. Para que uns estejam por cima, outros invariavelmente os verão de baixo. O poema é lindo e recomendo para algum momento de vocês. O nome é A Gangorra. O poeta é Gióia Júnior.
Assim como uma gangorra, a vida é também cíclica. É engraçado como alternamos momentos em que parece que tudo caminha em grande velocidade para um destino que nos será o resultado dos nossos sonhos e das nossas vontades e, de repente, parece que tudo parou. Parece que a gente não faz mais nada e que, daquilo que tenta fazer, não tem resultado nenhum.
Por conta dessa última temporada de LOST em que se está dando bastante ênfase ao reflexo no espelho, tenho procurado enxergar-me a mim mesmo. Procuro buscar no meu reflexo pouco agradável o eu que parece dormitar em minh’alma a esperar o momento seu.
Mas qual será esse "momento seu" que na verdade é o momento meu?
Constantemente assombro-me com meu descompromisso com os objetivos que eu mesmo traço. Aliás, tema bastante propício para uma segunda-feira de manhã. A segunda-feira – mais até que o dia 31 de dezembro – é o dia oficial de se iniciar o nosso novo modus vivendi. Só que ultimamente o meu não está superando a sua fronteira com a terça.
E daí me olho novamente no espelho e tento entender onde se esconde a vontade de inovar. A vontade trazer algo novo para a vida, porque sim, a vida vivida de forma repetida, por cômoda que é, faz com que se esqueça que ainda há muito por vir e viver.
E não se trata de não valorizar o que se teve até ontem e o que se tem ainda hoje. Mas é fato que tudo isso é a história do que será futuro e que esse futuro só nos virá - e vindo nos valerá de algo - se desejarmos o que ainda não temos (sim, porque o que já temos não nos poderá ser objeto de qualquer desejo em por vir).
Agora me parece que está tudo parado. Ontem talvez a vida me parecesse o corre-corre frenético de quem na pressa sabe onde quer chegar. Hoje estou atado a uma sorte que parece ser a que escolhi, mas que não reconheço nos sonhos do ontem que, em nada se parece com o que me virá amanhã.
Ainda bem...
E você?

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